14 de nov. de 2011

(Sobre)Viver

Penso, logo existo
Tento e insisto
Enxergo o imprevisto
De fora só assisto
Erro, mas persisto
Caio e não desisto
Se der pé, logo invisto
Pois pelo que tenho visto
Tudo aqui já foi previsto
Peço o mate e um petisco
E depois penso se arrisco

18 de out. de 2011

Sem nexo

Informa, forma, deforma, reforma e transforma
No meio do meio se faz ciclo, onde explico, duplico e reciclo
Nascendo, crescendo e morrendo
Subindo, descendo e escorrendo
Ganhando, empatando e perdendo
Somando e subtraindo
Multiplicando e dividindo
Errando e aprendendo
Amando e se fodendo
Chegada e partida
Encontro e despedida
Verdade e mentira
Entrada e saída
O bom e o mau, o bem e o mal
Animal racional, homem irracional
Artificial e natural, assim como o começo e o final

13 de out. de 2011

20duas e vinte2

Vento frio na noite do Rio
De repente bate um calafrio
Já não sei mais se choro ou se rio
Não penso, só faço, desvio

E se o começo termina vazio
Não se sente mais nem arrepio
No silêncio se faz ouvir um pio
Vida toda presa por um fio

Mas se agora o frio esquenta
Pede a dose com licor de menta
Pra dar jeito, resolve, inventa
Deixa a vida de forma mais lenta

A cada hora muito mais se tenta
Todo dia o vento é o que venta
E a dor que ainda atormenta
É diferente de tudo que ostenta

O sorriso de uma criança
É o que ainda me traz esperança
Olha a folha que a brisa balança
E me traz sempre boa lembrança

Então bota tudo na balança
Vai chegar o dia da cobrança
Com vontade almeja e avança
E quem espera, será que alcança?

Criando alguma atividade
Sempre com responsabilidade
Uma parte de insanidade
Mas também quero a liberdade

Sempre tento falar a verdade
Ainda sou menor de idade
Mas confesso, com habilidade
A destreza me trouxe coragem

...

Sombrio, sorrio, só rio no Rio

2 de out. de 2011

Relato do fato

No assento sem assunto
no instante sempre atento
apressado como o tempo
passageiro como o vento
me perco no meu pensamento
e sumo no tumulto
junto ao desenvolvimento
crio um novo submundo
tranquilidade aproximando
tudo aquilo que eu vejo
aconchego e desapego
o que tenho e o que mereço
estar bem não tem mais preço
se for bom nunca me esqueço
relembrar ou esquecer
seguir tentando ou desistir
é fazer por merecer
vou chorar de tanto rir
suspiro enquanto respiro
esqueço tudo e me inspiro
no relato de tal fato
pensamento é abstrato
com mais comida no prato
me descalço dos sapatos
e só peço um agrado
um abraço e um cadarço

10 de set. de 2011

Sem planos

Prefiro o real, me afasto do ''muito superficial''
Antes algo verdadeiro, do que um falso original
Tudo de diferente me agrada, ou, pelo menos quase
Família feita dos meus pais e amigos, isso sim é minha base
Sem muito sensacionalismo, prefiro o que for mais simples
Ainda ontem eu tinha 15, daqui a pouco vão ser mais de 20
Essencial não é, mas necessário, dinheiro, material
Se tenho que me apegar, deixo ser bem natural, mas é claro, sem fazer mal
Deixo rolar, deixo quase tudo ser espontâneo, e se for bom, eu quero mais
Tenho família pra honrar, pais pra orgulhar,
Mas agora, tudo que quero é só um pouco de paz
Percebo que à cada dia os segundos, minutos passam cada vez mais rápido
Os status se tornam mais válidos, sentimentos são mais pálidos
Talvez não haja mais ser humano apto, sem cerebelo flácido
cabeça de cacto, raciocínio intacto... Que seja, esses aí são inválidos
No 11 de setembro eu nem estava tão atento
Confesso, que, certamente prefiro 31 de dezembro
E.U.A contra Japão, Vietnã e Iraque
No Rio, o que se vê são os menores e o crack
Cuba com Fidel, e na Colômbia tem as FARC
Será que não tá na hora dessa porra dar um baque?
Na Uru, o que se vê é contrabando apreendido
Bush matou uma porrada de inocente, e hoje tá sumido
Obama chegou festejado, mas tá saindo fudido
Malandro é o Osama, fingiu que morreu mas tá escondido
Polícial mata inocente, mas sempre é absolvido
Peço que isso tenha fim, ou algo parecido
Quero ver o meu Flamengo, ou algo mais divertido
Tudo que tenho são músicas, frases e uma pequena fisheye
Antes de dormir, sempre agradeço à Haile Selassie-I
"E se fosse pra ter medo dessa estrada
Eu não estaria há tanto tempo nessa caminhada"
Claro, sei que é verdade, concordo com o Criolo
Já que dentro do mundão, sou só mais uma formiga atrás do bolo
Várias coisas, hoje eu vejo, mas juro que não entendo
Sei que a vida não é facil como Super Mário e o Nintendo
Mas enquanto isso não se resolve, só posso dar tempo ao tempo
E pode ser que assim, com movimento mais intenso
Eu pense no que faço, e pouco a pouco sempre aprendo
Por que, sinceramente, eu sei que às vezes nem eu mesmo me compreendo.

29 de jul. de 2011

Rascunho

Meio dia e meia, sexta-feira
fazendo verso pra começar a brincadeira
sem eira, nem beira
em casa, de bobeira
vários neguinho indo colar no baile mineira
olho pra dentro, minha cabeça é só asneira
coluna toda torta encostada na cadeira
pra completar serviço, ainda to de barba mal-feita
e sem fazer desfeita
mas só aceito o pedido se a encomenda for perfeita
quietinho, na espreita, tapa na cara de quem te peita
não desacredita nem peida
na cama deita, pensa na seita
os lá de baixo vem gritando ''uh, aceita''
na rua estreita
se tem presidenta, pq não pode ter prefeita
e de forma singela e ligeira
termino verso que faço tipo mosca varejeira
na sequela de várias olheira
quero nem saber o que me espera pela segunda-feira...
se pá, qualquer dia eu pinto na serra da cantareira
sabe como é, com uma mina maneira, tremenda caloreira
mergulho na cachu pra refrescar a cabeleira
se paro pra pensar, lembro logo de madureira
vários mlq, tipo rato fugindo da ratoeira
era eu, bruno, leo e mauro com sua orelha
é, to ligado, aquele tempo era pedreira
começo da vida, também fiz muita besteira
falei com o almir, dei start na bebedeira
foram várias horas, e assim foram tardes inteiras...
mas tá tranquilo, chutando todas de primeira
sigo vivão e vivendo, sem tropeçar na cantoneira

12 de jul. de 2011

Sei lá

Às vezes eu acho que... ah, sei lá...
deixa pra lá, melhor esquecer
se eu não me entendo, como você pode me entender?
já tá rolando mesmo, mais o que pode acontecer?
também não sei, não tenho o dom de prever
é, tipo isso... prever o futuro
desconheço o que vem pela frente
só sei que no momento me sinto seguro
tô legal, legal mesmo, respirando um ar bem puro...
palavras surgindo, assim, de repente
talvez elas não cheguem em saturno
também não ligo, conheço meu hábito noturno
ah, ta tranquilo, não me entendo mas me conheço
dependendo de como for, hoje de noite eu nem durmo
sei que na vida tudo tem um preço
e o que de bom vier, levo como se fosse um adereço
e vou continuar caminhando, quem sabe falando
talvez escrevendo, conversando
não importa. Continuo sem rumo, sem endereço.

27 de jun. de 2011

Racional

Que moral eu tenho pra falar de contradição?
Na verdade, eu mesmo me contrario.
Sei muito bem como as coisas são
Talvez por isso mesmo eu seja um pouco frio.
Escuto sempre a voz do coração
Mesmo que ele esteja vazio.
Um dia eu saio do país, talvez vá até pro Japão
Mas tenho a certeza de que volto só por causa do meu Rio.
Se me perguntarem se já amei? Não!
Porém assumo, sei que já senti um calafrio.
Policiais e políticos ainda são contra a legalização
Embora saibam que as drogas circulam pelo meio-fio.
Na TV a função da programação é atingir sua alienação
Enquanto alguns e discutem a banalização, eu simplesmente olho e rio.
Pelas minhas costas, sei que falam um montão
Mas na minha cara, nunca vi nenhum chegar pra dar um pio.
Não vou passar imagem errada, dizer que sou valentão
Sou só meio maluco, meio sequela, magrelo, se pá, meio sombrio.
Posso ser meio contra a ideia de traição
Mas mulher é a coisa que eu mais aprecio.
Vou contra todo tipo de guerra e destruição
Só peço paz, pra um dia poder criar meu filho.

14 de jun. de 2011

Pensamento

E de tudo que penso e falo
sempre vem de longe, nunca me abalo
aos inúteis não me igualo, simplesmente os calo
como um monge muito calmo, apenas paro e me preparo.

Penso em tudo que ainda há por vir
a Babilônia, um dia, eu sei que irá cair
meu caminho só peço pro pai desobstruir
meu santo é muito forte, sei que não vão poder me destruir

Paro, tenso, escrevo, penso e reflito
meus erros eu sei que existem, por isso os admito
tenho experiência de vivência, por qualquer coisa não fico aflito
mas sei que boa moldura não salva um quadro que não é bonito.

Momento de reflexão, será que a paz habita o coração
acredito sempre na capacidade, mesmo que me digam não
contrariar estatísticas, talvez seja minha maior diversão
por isso boto a cara todo dia, na batalha pela vida no mundão
mesmo sem cabelos sou forte, não me chamo Sansão
e ainda assim nunca desisto, nem se minha cara parar no chão.

20 de mai. de 2011

Sem nome

sou um singelo muleque magrelo
do dedo amarelo, as vezes sequelo
com leve flagelo, batendo o martelo
liga pro marcelo, corrente sem elo
mas vamos por partes, cardápios à lá carte
gudang nas partyes, só números pares
uísque no apart, mulheres pro abate
polícia com fraude, roubando no audi
heineken no balde, 10 litros de mate
ouvindo as bases, algumas biatchs
chiclete que arde, com classe no auge
vou fazendo arte no modo mais hard
chutando o balde, parte pro combate
cachorro que late, otário aplaude
passando de fase, ouvindo 2pac
se eu sou kamikaze, Jah Jah é quem sabe
então vamos por partes...
eu só quero paz, dinheiro não mais
2 loiras atrás, um cd do Naz
se pá racionais, Tim Maia no cais
jornais nacionais e notícias banais
fugindo do gás, otras cositas más...
um texto sem nome, correndo dus homi
tipo Al Capone ou Don Corleone
sem falar na fome, toca o telefone
playstation que some, com o Willian Boner
no fone da sony ou fome dá sono?
recebe abono, eu nem me emociono
já não tem mais como o rei ir pro trono...

26 de abr. de 2011

Inside all right

Expandindo horizontes
Pra tentar chegar mais longe
Vou parar não sei aonde
Sigo o vento, vou na front
Hoje a paz é quem se esconde
Mais antigos pegam bonde
Pra poder subir o monte
Onde mora o velho monge
Que possui sabedoria
Ele se diferencia
Busca calma e alegria
Vou vivendo o dia a dia
No jornal que meu pai lia
Preconceito e hipocrisia
Muito pouca informação
Na globo, alienação
Violência sem noção
Serve pra entreter o povão
Que assiste à televisão
Deputado é ladrão
Senador no mensalão
Vou trocar para uma leitura
Sem ibope, sem frescura
Neurônio com envergadura
Cérebro de armadura
Já não cai na sepultura
É pensar e escrever
Nó na orelha pra entreter
Sem amor em SP
Aqui no Rio deve ter
Algo para se fazer
Confusão pra se meter
Mas se for pra esquecer
Peço pra Jah me proteger.

21 de abr. de 2011

Lua de São Jorge

Peço licença pra amiga lua
que brilha pro casal que caminha na rua
mostra sua beleza na cidade nua e crua
na silhueta, a imagem de São Jorge cultua
buscarei minha paz, onde você encontrará a sua?
E as nuvens que ficam a lhe rodear
param a sua volta para pertencer ao seu luar
parado na janela eu só fico a contemplar
e a beleza que me encanta ainda tem reflexo no mar
As estrelas que a rodeiam, brilham no céu que fora azul
também trazem a certeza da paz pro hemisfério sul
me enchem de inspiração, fico zen, mente totalmente full
mas me deixam muito pasmo, quase completamente fool
A beleza minguante dessa fase me fez ver
que a lua é tão linda que só faz transparecer
enche a alma de esperanças e não me deixa esquecer
que depois disso tudo, eu quero ver o sol nascer.

''Lua de São Jorge
Cheia branca inteira
Oh minha bandeira
Solta na amplidão...''

8 de abr. de 2011

30 Linhas

30 Linhas pra rimar
Sem pensar, só fazer, pra escrever
Só falar sem esquecer
Do sol pra cultuar
Da lua pra agradecer
O futebol pra tu jogar
Uma mina pra espairecer
Cultura pra cultivar
Conhecimento pra crescer
A long trip pra viajar
Uma esquina pra se beber
Vitaminas pra alimentar
Muito matte tem pra descer
Televisão vai te estragar
Vários trabalhos pra escolher
Uma familia pra orgulhar
Realidade pra fazer ver
O mundo a se transformar
Países a desenvolver
Mil mares pra se navegar
Cidades pra se conhecer
As músicas que irei escutar
E os textos que irei escrever
Os amigos, valorizar
O orgulho resplandecer
Felicidade, transbordar
Paz e amor, transparecer.
Só falar, sem esquecer
De pensar, pra fazer e escrever
As 30 linhas, em versos vou transformar...

27 de mar. de 2011

28-27

Neguinho tá cheio de moda
Prefiro ficar de fora
Não sou foda, nao sou foca
Jogo bola, vou pra escola
Meu hobby nao é fazer lobby
Então se toque, se desdobre
Zona norte, zona pobre
É o lado forte de New York
Não sou nobre, quase um lock
Vem comigo dar o bote
Eu não canso de falar
Tem muito mar pra eu desbravar
Quero voar, sentir o ar
Vou ver o falador falar
Verdadeiro se aproximar
O falso se distanciar
E o depois? deixa pra lá...
Vem, vem comigo, tamo junto
Vou correr por todo mundo
Até ressucitar defunto
Mas meu sangue não derrubo
Meu santo tem manto rubro
Todo dia mais descubro
Que o nome deles tá imundo
Sai de cima desse muro
O esforço não é gratuito
Sigo forte no intuito
De ser menos vagabundo...

25 de mar. de 2011

Versos Desconexos

Eu quero é paz e humildade
com os amigos atividade
na rataria da cidade
sem responsabilidade
quero mais criatividade
no busão pagou passagem
namoral, sem trairagem
emite o visto da viagem
por que eu quero curtir
da minha casa sair
vou comendo um açaí
na praia de jet ski
marca aí, eu vou ali
ver a babilonia cair
vou fechar sem despedir
eu quero mais esperança
escola pra todas as crianças
ver geral encher a pança
acerta as contas na balança
neguinho só quer herança
cresce o olho pra vingança
quem morreu foi a esperança
quem espera já não alcança
é papo de confiança
pra viver paga fiança
eles ja têm medo da morte
não escapam mais do corte
todo mundo quer ser forte
eles querem as armas no porte
to afim de andar de porsche
no lazer, tipo esporte
chute na cara do Belfort
e no senado é mensalão
político, tudo ladrão
leva tudo do cidadão
que recorre à religião
teu pastor é fanfarrão
te engana e chama de irmão
pura alienação, é quase televisão
o domingão não é do faustão
é do jogo do mengão
agora no engenhão
pra levantar a multidão.

19 de mar. de 2011

Dia de chuva

Silêncio pra acordar, fez o mesmo ritual
Numa ducha de cotidiano, um plano matinal
Café com pão, pegou no chão e leu o jornal
Diz que não, diz que não, não é nada pessoal.
Acende a luz que é pra iluminar o quarto
Li teus textos um por um, cada vez mais abstratos
O mar não tá pra peixe, o louco se jogou no couro
Tatuou em corpo a filha, em cima escreveu socorro
O tempo aproximou um mundo de questionamento
Na cabeça martelou, martelou sofrimento.
Desligou a webcam, andou quase a noite inteira
Foi geladeira-quarto, quarto-geladeira
É só poeira, deixa como está pra acumular lembrança
Na pratileira ainda está lá, um prato pra ganância
Um bilhete premiado, e se eu morri, dá meu carro
O resto é pra minha filha e vai junto com um recado
Eu estou sufocado, mãe, filha, teu pai te ama
Só acredita em você, por que até quem ama engana
Não deixa nada te amargar demais seu coração
Lembra, a busca é pela afirmação, legitimação
E que o resto é consequência, mesmo que eles digam não
Nunca esquece que tu tem escolha, nega servidão
Se mantenha intacta, vão tentar te envenenar
Cuidado até com o espelho, o mal é subliminar
Buscou um ponto de equilíbrio, olhou pela janela
Adimirou tudo em volta, a incerteza nunca espera.
Fez as pases com religião, família, ex-mulher
Leu de vida após a morte, vai que vira, cai em pé.

Garfo com colher e faca, copo com garrafa
Eu tô catalogando a casa, pra ver se essa merda passa
Prato e taça, até cadeira, quadro e armário
Aquele som lá de fora, vem com gosto de trabalho.
Votos de vencer sem planos pra vitória
Foto em calendário, em cada caixa uma história
Eu guardo bem minhas palavras, são poucas mas eu guardo
Uma letra, uma anotação e um porta-retrato
Toca-disco e televisão, resignação
Pensei no Marvin Gaye, tipo premeditação
Never Mind, Kurt, eu fui falar veio tudo
Eu tenho um filme pra entregar, eu sei, abandonei o estudo
Eu vou fazer o que da vida? pensa, analisa a cena
Não basta minha família e dinheiro, eu sou problema.
Já percorri a sala, chorei, fui na sacada
Olhei, desci de elevador, depois subi pela escada
Com vizinho tramador à cada porta e corredor
Comprimentei cada um, como, vibe de amador.
Com o futuro escrito à mão por mim, o que é que me faltou?
Tive com a felicidade bem aqui, me escapou.

Terceiro ato, quem te viu, viu a imagem da esperança
Puro na ilusão, ancioso igual criança
Exitante, obscuro, o medo te fez refém
Sem obstinação, meio mal, meio bem
Numa corda bamba, tendencioso pro pior
Falou com o Jorge Ben enquanto conferiu no nó.
Largar mão de tudo é foda e ao mesmo tempo covardia
Orou foi pra São Jorge, nessa hora, quem diria
Tomou um copo d'água pra perpetuar a rotina
Num estado de elevação que te contamina.
Será que vale a pena? dúvida sacode a mente
Verdade pra valer, tem que ser contundente
E se não for, vira greve de fome do garotinho
Tentação, vai embora, anda, sai do meu caminho.
Eu não posso fraquejar, agora eu tenho que ser sujeito
A culpa invade porta adentro e crava no meu peito.
Um passo à frente, e pra descer tem que cair
Um passo à trás, e os inimigos vão me perseguir.
O sol bateu no rosto, eu dosei na tristeza
O mundo não ficou cruel, sempre foi por natureza.
Trava o pé, sua mão, embreagado de incerteza
Um passo pra libertação, momento de clareza.
Eles querem me persoadir, sem deixar sequela
Eles querem integração assim, murando a favela.
Aqui não.
Se eu voltar, vai ser eu com meus motivos
Como eu vou olhar meu pai assim? Eu nunca mais consigo
Parece simples, mas é meu nome que tá aqui
Tenho mais a perder se eu voltar, que se eu seguir.

13 de mar. de 2011

viagem

criando atividade, mente propícia pra rotatividade

atividade na laje pq nego não tá de sacanagem

curtindo um som do sabotage, mulequinho soltando pipa da lage

que se foda minha idade e as piranhas do ménage

e a porra da homenagem pro rei... que rei?

rei roberto carlos? desde quando? nem sei..

comentei de mais um texto, pode cre, sei q falei

comecei a escrever, parei, pensei... é, cansei

cada um na sua onda, eu curto a minha, tu gasta a tua

mas chega de mironga, porra maluco, se situa

não vem fazer promessa, sem essa de olhar pra lua

to ligado onde eu to, mais respeito com essa rua

a cultura q tu pisa é a mesma que te cultua

e a loucura que tu cultua é a mesma que te enlouquece

padre na tv aparece fazendo prece

fala tanta mentira e o nariz dele não cresce

dinheiro entra no bolso, religião? esquece

mas é mais ou menos assim

'proce' ta bom, mas não pra mim

o que eu quero não é só din din

os doidos tão pedindo o green

cai o respeito, sobe o blin blin

to com fome, eu to magrinnn

eu vou comer, matar a larica

pior do que tá não fica

lembra até do tiririca

na rave neguinho só frita

e sequela, vendo novela na tela da donatella sem guela toda amarela, mais bela...

e como cê tá? aqui ninguem mais sabe

eu vou ralar, então passa minha chave

abre a porta aqui da minha nave

que eu vo pra longe dessa nova cidade

pq a violencia aqui ta mt grave...

(sem ofenças ao meu rio de janeiro no penúltimo verso... a cidade é fictícia. rs)

9 de mar. de 2011

e agora?

e se eu chegar agora e disser que tanto faz?
e se eu mudar de idéia falando que nem sei mais?
e se o mundo inteiro se voltasse só pra paz?
e se à cada momento eu pudesse voltar atrás?
e agora, josé, me diz o que fazer?
e se eu descalçar os pés só para começar a correr?
se eu for pra praia a pé e sentir a brisa bater?
reduzir pra marcha ré sem deixar ninguem me deter?
e se eu der motivo pro falador falar?
e se eu te der motivos e depois contrariar?
a minha auto-estima não é fácil de abaixar
meu ego é maior do que voce pode imaginar
meus neurônios independentes, já agem por conta própria
batalho muito mais que o neguinho da etiópia
eu tô aqui pra criar, eu não vim pra fazer cópia
por isso eu tento sempre pensar de forma lógica
então só para e pensa nas balas perdidas
pensa só no número das vidas sofridas
vai ver que a bala achou, quem tinha alguma dívida
e talvez essa tenha sido a única saída
a dádiva da vida não merece um fim tão breve
agora para e pensa, que além disso a vida segue
quem tem cabeça feita, é quem nunca se perde
diante da dificuldade é quando ele aprende
abaixa a cabeça e o fraco se arrepende
a rima vem no verso como se fosse repente
agora eu posso ver que dinheiro surpreende
povo rico de alma valoriza quem é gente
não põe ninguém pra frente, só preza o decente
mas é aqui no Brasil, oportunidade tipo funil
se voce não batalhar, quando ver, tu já caiu
cada um faz o que pode, mas no fim tu é civil
toda banalidade veio nos anos 2 mil
é fim de carnaval, então se liga, vê legal
aqui a gasolina já não vale 1 real
não vale dar mole na espera do sinal
vagabundo vem armado e se tu der mole, blau blau
chega e leva geral, com malícia de outlaw
tanto faz, falou legal
tudo que eu quero é paz
paz que o mundo não fez
disse tanto o tanto faz
tanto que faz, voce nem fez.

15 de jan. de 2011

versificar

minha família, meu reino, meu lar
tranquilizantes como na areia se sentar
feliz é o que pode contemplar
um pôr do sol e talvez se aproximar
dos meninos que jogam futebol sem se cansar
e eu que pensava ''ah, o tempo vai passar...''
e como pensava... sem poder imaginar
os caminhos que na vida eu seria capaz de tomar
estudos, mulheres, amigos, sem jamais falhar
pobre era eu, que não sabia que poderia me enganar
talvez um caminho errado tomar e me decepcionar
porém com o arrependimento, eu aprendi que existe o verbo superar
foi ele que me ajudou a me levantar diante da falha
e por a cara denovo no mundão, pra sair vitorioso de cada batalha
mas ele também trouxe coisas que eu não gostaria de lembrar
apenas as deixei passar, foram erros, não são bons de recordar
só servem para em experiência vital se transformar
ou em um verso poder expressar
toda a emoção que um ser é capaz de carregar...
pois é... minha família, meu reino, meu lar
agradeço à todos pela felicidade que vocês estão a me doar
mas antes de terminar, eu só quero explicar
que quando eu falo família, eu não falo só daquilo que tem dentro da veia
eu falo principalmente, daqueles que eu sou capaz de socializar
e quem socializa comigo, tem junto com seu sangue, uma fagulha que encendeia
uma amizade capaz de em família se transformar
e daqueles que eu falo, todos sabem que nomes eu não preciso citar...